A santificação é um dos aspectos da nossa sa1vacao, tanto do ponto de vista objetivo (Deus como o doador e o homem como recebedor da sa1vacao), como do ponto de vista subjetivo (a salvação vista na experiência humana). 0 raciocino humano cria muitas posições sobre a nossa santificação. Há a1guém convicto de que o homem pode eliminar complemente a pecaminosidade da decaída natureza humana herdada de Adão. Outros há que atribuem todo o tipo de falha, erro, fraqueza, fracasso e pecados as fraquezas residentes no homem, as quais já nasceram potencialmente com ele, e que por isso eles não são responsáveis por tais falhas quando elas ocorrem na sua vida. A primeira posição não tem, apoio na Bíblia, e ao mesmo tempo a experiência diária do homem a desmente. 0 homem sempre afirma que esta melhorando, mas a decadência moral e as doenças físicas e mentais continuam aumentando. Os cemitérios também continuam aumentando sua freguesia macabra. Isso não é sinal de progresso e sim de regresso. Quanto a segunda posição, trata-se simplesmente de uma forma do homem tentar escapar da sua responsabilidade diante de Deus, como ser moral que é.
Os ensinos bíblicos sobre santificação refere-se a necessidade de separar-se do mundo; para isto, Deus, em sua Palavra chama a atenção do seu povo: "Fala a toda a congregação dos filhos de Israel, e dize-lhes:
Sede santo porque eu, O Senhor vosso Deus, sou santo" (Lv 19.2).
Pela santificação a vida do crente fica entregue a disposição do Senhor. Convém observar que Jesus, como homem, se santificou a Si mesmo por nós (Jo 17.19). Isto não significa que ele precisasse de Purificação, porque era absolutamente perfeito. A santificação de Jesus significa que ele se entregou inteiramente ao serviço de Deus. De igual modo a santificação opera na vida do crente este mesmo desejo. Faltando a santificação o crente começa a perder a reverencia diante das coisas de Deus.
Santidade, uma exigência divina - Em muitos crentes a santificação não funciona porque a mesma não esta de acordo com a revelação divina corno temo-la na Escritura. 0 batismo com o Espirito Santo não e' santificação. 0 Espirito Santo é o principal agente divino em nossa santificação, mas no batismo pentecostal recebemos primeiramente poder do alto, não deixando de ter ele seu efeito santificador. De fato, muitos crentes batizados tem baixos padrões de santificação em relação a crentes não batizados. Quem não conhece a doutrina fica confuso por causa disso. Usos e costumes em Si mesmos não são santificação. São bons em Si, mas são apenas exterioridade. Os fariseus em matéria de religião e bons costumes ninguém os igualava, mas nada tinham de santificação. Jesus Os denunciou abertamente. Ha' muitos crentes e igrejas na senda do farisaísmo, ignorando a verdadeira e real santificação que opera primeiro no espirito, mas também na alma e no corpo. Santificação e mais do que uma serie e proibições. Os dons do Espirito Santo não são santificação. Eles tem o seu lado santificador, mas não objetivam a santificação do crente como um processo na sua experiência dia a dia.
Através de Moisés, seu profeta (Lv 19.1), Deus exige que seu povo seja santo. A santidade bíblica significa : separação para seu uso e posse de Deus, isto é, o crente em Cristo passa a pertencer a Deus e também servi-lo (At 27.23). Este era o propósito divino para Israel, povo de Deus: "Fala a toda congregação dos filhos de Israel"(Lv 19.2). Em sua santidade Deus exige que tudo e todos que se relacionam com Ele sejam igualmente santos, e esta santificação deve ser permanente. Muitos pensam que a santificação e' produto do nosso próprio esforço quando se esforçam, e não alcançam o alvo desejado, ficam desanimados, achando que a santificação e' uma coisa impossível. Lembremo-nos de que a santificação e uma obra que Deus deseja operar em nós Os salvos. Quando Jesus na cruz exclamou "Está consumado" (Jo 19.30), afirmou que tudo o que e' necessário para a nossa santificação estava consumado.
a) A Santidade é um objetivo de Deus - 0 objetivo de Deus ao exigir santidade do seu povo era que Ele fosse um povo especial (Lv 19.37). Diante das imperfeições das nações ímpias que habitavam Canaã, Israel seria um exemplo para o mundo: "vós me sereis reino sacerdotal e nação santa"(Ex 19.6). Da mesma forma a igreja, constituída povo de Deus, deve prosseguir neste objetivo divino, a santificação, pois como Israel somos: "a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o POVO adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz"(I Pd 2.9).
b) A Santidade é um atributo de Deus - A santidade de Deus significa a sua absoluta pureza moral. Deus não peca e não tolera o pecado (Lc 1.13). Portanto a santidade é o atributo que mantém a distinção entre Deus e a criatura: "eu o Senhor vosso Deus, sou Santo (Lv 192). Os seres celestiais reconhecem e manifestam a Santidade daquele que está assentado sobre o trono: "Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos" (Is 6.3). A santidade de Deus significa a sua absoluta pureza moral; ele não pode pecar nem tolerar pecado. O sentido original da palavra "santo" é "separado". Deus está separado do homem no espaço - ele esta no céu, 0 homem na terra. Ele esta separado do homem quando a' natureza e Caráter - ele é perfeito, o homem é imperfeito; ele é divino, o homem é humano; ele é moralmente perfeito, o homem é pecaminoso. Vemos, então, que a santidade é o atributo que mantém a própria natureza divina.
DEUS INSTRUI SEU POVO A UMA VIDA DE SANTIDADE
E Deus quem opera a nossa santificação, com a cooperação do próprio crente (1 Ts 5.23). Em Lv 20.7,8 vemos esses dois lados da santificação do crente - 0 divino e o humano. No v.7 está dito: "Santificai-vos". E o v.8 está dito: "Eu sou 0 Senhor que vos santifica".
Em que consiste, pois, a nossa parte na santificação? - Na atitude e propósito do crente de ser santo, separado do mal, de viver para Deus, de servir a Deus, como resultado da operação do Espirito Santo em sua vida, convencendo do pecado e produzindo sede de justiça. Essa consagração, essa entrega do crente deve ser voluntária. Se não o for, não terá valor e não funcionará. Deus chama, apela, comove, convence e insiste, mas não obriga o crente a uma entrega total. Sua atitude e' "DÁ-ME, filho meu, o teu coração" (Pv 23.26). A consagração depende da nossa decisão, da nossa vontade, e Deus não viola esse principio.
Esta entrega deve ser também total. Se não for completa, não e' consagração nenhuma. Deus não Se compraz num coração dividido. Essa entrega a Deus inclui espirito, alma, corpo, forças, tempo, talentos, reputação, bens etc. Também esse crente terá tudo de Deus. Esse progresso da vida crista podemos vê-lo nas palavras da noiva, no livro de Cantares. O ministério da Palavra são dons de Deus, dados a Igreja para melhoramento dos crentes (Ef 4.11,12). Portanto uma das missões do ministério dado por Deus é aperfeiçoar Os que já são santos. Por isso todo bom cristão deve obedecer a seus pastores constituídos por Deus sobre o rebanho.
A disciplina da Igreja (Mt 18.17) também contribui para a santificação do crente, Separando Os bons dos maus, para manter saudável o corpo da igreja (1 Co 5.6). Os crentes que não gostam da disciplina bíblica e amorosa, geralmente São imaturos quanto a fé. De fato, geralmente a criança não gosta de disciplina, mas esta lhe faz bem...
Deus instrui seu povo a uma vida de santidade no tratamento com o próximo: "Não te vingaras, nem guardaras ira contra os filhos do teu povo, mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor". (Lv 19.18). Assim deve viver o Cristão corno um ser social ele está ligado a seu semelhante sob vários aspectos, e isto o leva a agir com sabedoria, buscando a santidade no tratamento (Rm 13.8).
a) Honrar aos pais - A primeira advertência de Deus em Levítico 19 é: "Cada um temera a sua mãe e seu pai..." (v.2). Na verdade, este mandamento faz parte do decálogo (Ex 20.12). e contem urna promessa: "para que se prolonguem os teus dias sobre a terra". Este mandamento foi repetido a "geração nova" que nasceu no deserto (Dt 5.3,16) e no Novo Testamento, através do apóstolo Paulo, tornou-se um grande ensino para a igreja do Senhor (Ef 6.2; Cl 3.20). “honra teu pai e a tua mãe" Este preceito divino é reforçado pelo Senhor Jesus em Mt 15.3-9 e Mc 7.6.13. Jesus instituiu no ensino de que honrar a Deus implica também honrar os pais e que aquele que assim não procede tampouco honra a Deus .Paulo enfatiza a honra devida aos pais, observando que este é o primeiro mandamento com promessa.
b) Vivendo justamente – Em cada mandamento Deus procura nos ensinar uma vida de justiça: "Não farás injustiça no juízo" (Lv 19.15). 0 prop6sito divino era fazer seu povo diferente das demais nações ímpias e pagas que viviam naquela região; por isso Ele prescreve: Não oprimiras; não amaldiçoaras; não farás injustiça não conspirarás; não odiarás e não to vingaras". Para que isto se tornasse realidade o Senhor disse: "Guardarás Os meus estatutos" (Lv 19.19). Somente guardando a Palavra no corarão, Seremos santificados para uma vida reta e justa (Sl 119.11; Jo 17.17).
c) Deus cuida do pobre e do estrangeiro - No seu grande amor Deus estabelece leis que ajudam os menos favorecidos: não rabiscara a tua vinha, nem colheras as espigas caídas da tua vinha. Para o pobre e para o estrangeiro as deixaras Eu sou o Senhor vosso Deus"(Lv 19.10). Com isto, Deus sustenta o pobre e o estrangeiro que não tem terra para cultivar e evita a mendicância no meio do seu povo (Sl 37.25).
d) O cuidado divino com os anciãos – havia da parte de Deus uma ordem expressa: “diante de cães te levantaras e honraras a face do velho, e terás temor do teu Deus: eu sou o Senhor" Lv 19.32). Deus, sempre honrou a todos ate mesmo uma ate mesmo uma criança Gn 21.17. Entretanto ele pede: 'Honrar a do velho, isto porque o ancião é um tipo de Deus, o Pai (Dt 7.13).
Nas primitivas formas de governo, eram revestidos de autoridade aqueles que, sendo ja pessoas de idade e de reconhecida experiência, podiam tomar a direção dos negócios gerais como representantes do povo. Esta instituição não era, de maneira algum, peculiar a Israel: O Egito, Moabe e Midiã tinham Os seus anciãos" (Gn 50.7; Nm 22.7); e de semelhante modo os gregos e os romanos. Na história do povo hebreu aparecem, eles pela primeira vez antes do Êxodo Ex 3.16 a 18; 429; 12.21); e depois são, a cada passo, mencionados como representantes do comunidade, sendo eles um meio de que se servia o povo para comunicar-se com os dirigentes do nação - Moisés e Josué, os juizes e Samuel. Moisés, tendo sobre Si o peso do administração do justiça, por conselho de Jetro, seu sogro, nomeou magistrados de vários graus de autoridade, delegando neles a resolução dos negócios, a' exceção dos mais graves (Ex 18.13-26): é evidente que estes foram escolhidos dentre Os anciãos de Israel".
A SANTIDADE ANUNCIADA POR DEUS
Deveria fazer parte da vida de cada israelita; isto é, cada um viveria sua experiência de santificação (Lv 20.7). Isto certamente fortaleceria cada membro da congregação de Israel: E ser-me-eis santos, porque eu o Senhor , sou santo, e separei-vos dos Povos, para serdes meus" (Lv 20.26).
a) A santificação e o falar -"Não andaras como mexeriqueiro entre os teus povos" (Lv 19.16). Muitos buscam uma oportunidade de usar a língua. A nossa carne deseja usá-1a, porém a Bíblia diz: "Não consintas que a tua boca faça pecar a tua carne", (Ec 5.2,6). Também o diabo deseja inspirar a nossa língua, e "acende-la pelo fogo do inferno", (Tg 3.6). A Bíblia diz: "Não deis lugar ao diabo", (Ef 4.27). Deus quer usar a nossa língua, porque tem direito para isso, (Rm 5.17; 6.13). A Bíblia diz que a língua é como um leme, que faz virar as naus, para onde quer a vontade daquele que as governa, (Tg 3.4). Importa portanto que deixemos o leme, a nossa língua, na mão de Deus.
b) A santificação e a conduta "E, quando um homem se deitar com uma mulher que for serva desposada do homem, e não for resgatada, nem se lhe houver dado liberdade, então serão acoitados; não morrerão, pois não foi libertada" (Lv 19.20). 0 Criador criou o homem e a mulher com capacidade de procriarão. Para uni-los um ao outro, implantou neles o amor, para que se unissem pelos laços matrimoniais, Gn 2.22-24. As relações intimas entre homem e mulher são, sem exceção, vinculadas ao matrimonio, (I Co 7.2,9). Qualquer união desta natureza que não seja pelo matrimonio é ilegal. "Não nos chamou Deus para a imundícia" (I Ts 4.7).Para a esposa crista, a Palavra de Deus recomenda o mais belo e excelente ornamento a ser usado, o que significa que deve ter mais cuidado peto embelezamento da alma que do corpo. Os ornamentos materiais, com o uso, se estragam e perecem. Os ornamentos da graça, que embelezam a alma, quanto mais usados, tanto mais brilhantes e melhores se tornam. o melhor e mais belo ornamento para a esposa crista é: "Um espirito manso e tranqüilo que é o grande valor diante de Deus" (I Pd 3.4). Quando a personalidade do mulher é controlada por Cristo, sua vida é uma fonte. de benção e seu relacionamento com o marido se torna proveitoso, agradável e Cativante! As mulheres crentes devem ser distintas e adornadas, não com uma ornamentação externa e, sim, com a beleza intima do caráter cristão um adorno espiritual, composto das riquezas da alma. Pedro desaconselha o exagero das mulheres quanto ao uso de adornos artificiais. Não proíbe o uso de roupas de boa qualidade, nem ensina o desleixo nas vestes, mas, sim, as ostentações exageradas que transmitem a impressão de mero exibicionismo e vaidade, além de, em alguns casos, servirem como meio de atração sexual. O mais belo ornamento da mulher crente é a espiritualidade exibida através de toda a sua conduta diante de Deus e dos homens e da Igreja de Cristo (I Pd 3.3-5; 1 Tm 2.9,10).
c) A santificação e os atos -"Não furtareis"... (Lv 19.11). "0 justo não estende as suas mãos á iniqüidade", mas está "fazendo com as suas mãos o que é bom" (Ef 4.28). 0 segredo é que ele tocou com as suas mãos na palavra da vida, (I Jo 1.1), e através deste contato com Deus, a virtude do Senhor chegou a ele, (Lc 8.46). Nesta virtude ele agora levanta mãos santas a Deus, (I Tm 2.8), que o ajuda com suas bênçãos.
A PALAVRA DE DEUS OPERA COMO UM ESPELHO
Veja (Tg 1.24,25), e mostra como realmente somos, diante da verdade divina que nela esta revelada (Am 7.7,8), ele sempre mostra o que é reto diante de Deus (At 13.10), e tem poder para endireitar nossos caminhos (Is 45.13). Para operar sua justiça a Palavra de Deus, como balança, pesa as nossas obras (I Sm 2.3), 0 nosso andar (Is 26.7) e o nosso espirito (Pv 16.2).
a) Deus é justo - "Não cometereis injustiça no juízo, nem na vara, nem no peso, peso, nem na medida" (Lv 19.35). Em sua justiça, Deus exigia a justiça de seus filhos. A justiça é a santidade de Deus manifestada no tratar retamente com as criaturas. "Não fará justiça o Juiz de toda a terra?" (Gn 18.25). 0 que Deus requer é a obediência a uma norma reta; é conduta reta em re1açao a outrem. 0 Senhor julga, não como o fazem Os juizes ímpios..; (Is 11.3).
b) Praticando a justiça - "Balanças justas, pedras justas, efa justa, e justo him tereis: (Lv 19.36). E com Jesus que vamos compreender o sentido exato de justiça no reino de Deus "Bem-aventurados os que tem fome e sede de justiça, porque eles serão fartos" (Mt 5.6). 0 reino de Deus é um reino de justiça (Rm 14.17), onde Os servos de Deus são caracterizados pela prática dessa verdadeira virtude que nos assemelha a Deus (Dt 32.4).
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