domingo, 30 de outubro de 2011

SANTOS PORQUE EU SOU SANTO

A santificação é um dos as­pectos da nossa sa1vacao, tanto do ponto de vista objetivo (Deus como o doador e o homem como recebedor da sa1vacao), como do ponto de vista subjetivo (a salvação vista na experiência huma­na). 0 raciocino humano cria muitas posições sobre a nossa santificação. Há a1guém convic­to de que o homem pode eliminar complemente a pecaminosida­de da decaída natureza humana herdada de Adão. Outros há que atribuem todo o tipo de falha, er­ro, fraqueza, fracasso e pecados as fraquezas residentes no ho­mem, as quais já nasceram potencialmente com ele, e que por isso eles não são responsáveis por tais falhas quando elas ocorrem na sua vida. A primeira posição não tem, apoio na Bíblia, e ao mesmo tempo a experiência diária do homem a desmente. 0 ho­mem sempre afirma que esta melhorando, mas a decadência moral e as doenças físicas e men­tais continuam aumentando. Os cemitérios também continuam aumentando sua freguesia ma­cabra. Isso não é sinal de pro­gresso e sim de regresso. Quanto a segunda posição, trata-se sim­plesmente de uma forma do ho­mem tentar escapar da sua res­ponsabilidade diante de Deus, como ser moral que é.

Os ensinos bíblicos sobre santificação refere-se a necessidade de se­parar-se do mundo; para isto, Deus, em sua Palavra chama a atenção do seu povo: "Fala a toda a congregação­ dos filhos de Israel, e dize-lhes:

Sede santo porque eu, O Senhor vos­so Deus, sou santo" (Lv 19.2).

Pela santificação a vida do crente fica entregue a disposição do Se­nhor. Convém observar que Jesus, como homem, se santificou a Si mesmo por nós (Jo 17.19). Isto não significa que ele precisasse de Purificação, porque era absolutamen­te perfeito. A santificação de Jesus significa que ele se entregou inteiramente ao serviço de Deus. De igual modo a santificação opera na vida do crente este mesmo desejo. Faltando a santificação o crente começa a perder a reverencia diante das coisas de Deus.



Santidade, uma exigência divina - Em muitos crentes a santificação não funciona porque a mesma não esta de acordo com a revelação divina corno temo-la na Es­critura. 0 batismo com o Espirito Santo não e' santificação. 0 Espi­rito Santo é o principal agente divino em nossa santificação, mas no batismo pentecostal re­cebemos primeiramente poder do alto, não deixando de ter ele seu efeito santificador. De fato, muitos crentes batizados tem baixos padrões de santificação em relação a crentes não­ batizados. Quem não conhece a doutrina fica confuso por causa disso. Usos e costumes em Si mes­mos não são santificação. São bons em Si, mas são apenas exterioridade. Os fariseus em matéria de religião e bons costumes ninguém os igualava, mas nada tinham de santificação. Jesus Os denunciou abertamente. Ha' muitos crentes e igrejas na senda do farisaísmo, ignorando a ver­dadeira e real santificação que opera primeiro no espirito, mas também na alma e no corpo. Santificação e mais do que uma serie e proibições. Os dons do Espirito Santo não são santificação. Eles tem o seu lado santificador, mas não objetivam a santificação do cren­te como um processo na sua experiência dia a dia.

Através de Moisés, seu profeta (Lv 19.1), Deus exige que seu povo seja santo. A santidade bíblica significa : separação para seu uso e posse de Deus, isto é, o cren­te em Cristo passa a pertencer a Deus e também servi-lo (At 27.23). Este era o propósito divino para Israel, povo de Deus: "Fala a toda congregação dos filhos de Israel"(Lv 19.2). Em sua santida­de Deus exige que tudo e todos que se relacionam com Ele sejam igual­mente santos, e esta santificação deve ser permanente. Muitos pensam que a santificação e' produto do nosso próprio esforço quando se esforçam, e não alcançam o alvo desejado, ficam de­sanimados, achando que a santificação e' uma coisa impossível. Lembremo-nos de que a santificação e uma obra que Deus deseja operar em nós Os salvos. Quando Jesus na cruz exclamou "Está con­sumado" (Jo 19.30), afirmou que tudo o que e' necessário para a nos­sa santificação estava consumado.

a) A Santidade é um objetivo de Deus - 0 objetivo de Deus ao exigir santidade do seu povo era que Ele fosse um povo especial (Lv 19.37). Diante das imperfeições das nações ímpias que habitavam Canaã, Is­rael seria um exemplo para o mun­do: "vós me sereis reino sacerdotal e nação santa"(Ex 19.6). Da mesma forma a igreja, constituída povo de Deus, deve prosseguir nes­te objetivo divino, a santificação, pois como Israel somos: "a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o POVO adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz"(I Pd 2.9).

b) A Santidade é um atributo de Deus - A santidade de Deus significa a sua absoluta pureza moral. Deus não peca e não tolera o pecado (Lc 1.13). Portanto a santidade é o atributo que mantém a distinção entre Deus e a criatura: "eu o Senhor vosso Deus, sou Santo (Lv 192). Os seres celestiais reconhecem e manifestam a Santidade daquele que está assentado sobre o trono: "Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos" (Is 6.3). A santidade de Deus significa a sua absoluta pureza moral; ele não pode pecar nem tolerar pecado. O senti­do original da palavra "santo" é "se­parado". Deus está separado do ho­mem no espaço - ele esta no céu, 0 homem na terra. Ele esta separado do homem quando a' natureza e Caráter - ele é perfeito, o homem é imperfeito; ele é divino, o homem é hu­mano; ele é moralmente perfeito, o homem é pecaminoso. Vemos, então, que a santidade é o atributo que mantém a própria natureza divina.



DEUS INSTRUI SEU POVO A UMA VIDA DE SANTIDADE



E Deus quem opera a nossa santificação, com a cooperação do próprio crente (1 Ts 5.23). Em Lv 20.7,8 vemos esses dois lados da santificação do crente - 0 divino e o humano. No v.7 está dito: "Santificai-vos". E o v.8 está dito: "Eu sou 0 Se­nhor que vos santifica".

Em que consiste, pois, a nos­sa parte na santificação? - Na atitude e propósito do crente de ser santo, separado do mal, de viver para Deus, de servir a Deus, como resultado da operação do Espirito Santo em sua vi­da, convencendo do pecado e produzindo sede de justiça. Essa consagração, essa entrega do crente deve ser voluntária. Se não o for, não terá valor e não funcionará. Deus chama, apela, como­ve, convence e insiste, mas não obriga o crente a uma entrega to­tal. Sua atitude e' "DÁ-ME, filho meu, o teu coração" (Pv 23.26). A consagração depende da nossa decisão, da nossa vontade, e Deus não viola esse principio.

Esta entrega deve ser também total. Se não for completa, não e' consagração nenhuma. Deus não Se compraz num coração dividido. Essa en­trega a Deus inclui espirito, al­ma, corpo, forças, tempo, talen­tos, reputação, bens etc. Também esse crente terá tudo de Deus. Esse progresso da vida crista podemos vê-lo nas pala­vras da noiva, no livro de Canta­res. O ministério da Palavra são dons de Deus, dados a Igreja para melhoramento dos crentes (Ef 4.11,12). Portanto uma das missões do ministério dado por Deus é aperfeiçoar Os que já são santos. Por isso todo bom cristão deve obedecer a seus pastores constituídos por Deus sobre o re­banho.

A disciplina da Igreja (Mt 18.17) também contribui para a santificação do crente, Se­parando Os bons dos maus, para manter saudável o corpo da igre­ja (1 Co 5.6). Os crentes que não gostam da disciplina bíblica e amorosa, geralmente São imaturos quanto a fé. De fato, geral­mente a criança não gosta de dis­ciplina, mas esta lhe faz bem...

Deus instrui seu povo a uma vida de santidade no tratamento com o próximo: "Não te vingaras, nem guarda­ras ira contra os filhos do teu povo, mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor". (Lv 19.18). Assim deve viver o Cristão corno um ser social ele está ligado a seu semelhante sob vários aspectos, e isto o leva a agir com sabedoria, buscando a santidade no tratamento (Rm 13.8).



a) Honrar aos pais - A primei­ra advertência de Deus em Levítico 19 é: "Cada um temera a sua mãe e seu pai..." (v.2). Na verdade, este mandamento faz parte do decálogo (Ex 20.12). e contem urna promessa: "para que se prolonguem os teus dias sobre a terra". Este mandamento foi repetido a "geração nova" que nasceu no deserto (Dt 5.3,16) e no Novo Testamento, através do apóstolo Paulo, tornou-se um gran­de ensino para a igreja do Senhor (Ef 6.2; Cl 3.20). “honra teu pai e a tua mãe" Este preceito divino é reforçado pelo Senhor Jesus em Mt 15.3-9 e Mc 7.6.13. Jesus instituiu no ensino de que honrar a Deus implica também honrar os pais e que aquele que assim não procede tampouco honra a Deus .Paulo enfatiza a honra devida aos pais, observando que este é o pri­meiro mandamento com promessa.

b) Vivendo justamente – Em cada mandamento Deus procura nos ensinar uma vida de justiça: "Não farás injustiça no juízo" (Lv 19.15). 0 prop6sito divino era fa­zer seu povo diferente das demais nações ímpias e pagas que vivi­am naquela região; por isso Ele prescreve: Não oprimiras; não amaldiçoaras; não farás injustiça não conspirarás; não odiarás e não to vingaras". Para que isto se tornasse realidade o Senhor disse: "Guardarás Os meus esta­tutos" (Lv 19.19). Somente guar­dando a Palavra no corarão, Se­remos santificados para uma vida reta e justa (Sl 119.11; Jo 17.17).

c) Deus cuida do pobre e do estrangeiro - No seu grande amor Deus estabelece leis que ajudam os menos favorecidos: não rabiscara a tua vinha, nem colheras as espigas caídas da tua vinha. Para o pobre e para o estrangeiro as deixaras Eu sou o Senhor vosso Deus"(Lv 19.10). Com isto, Deus sustenta o pobre e o es­trangeiro que não tem terra para cultivar e evita a mendicância no meio do seu povo (Sl 37.25).

d) O cuidado divino com os anciãos – havia da parte de Deus uma ordem expressa: “diante de cães te levantaras e honraras a face do velho, e terás temor do teu Deus: eu sou o Senhor" Lv 19.32). Deus, sempre honrou a todos ate mesmo uma ate mesmo uma criança Gn 21.17. Entretanto ele pede: 'Honrar a do velho, isto porque o ancião é um tipo de Deus, o Pai (Dt 7.13).



Nas primitivas formas de governo, eram revestidos de autoridade aqueles que, sendo ja pessoas de idade e de reconhecida experiência, podiam tomar a direção dos negócios gerais como representantes do povo. Esta instituição não era, de maneira algum, peculiar a Israel: O Egito, Moabe e Midiã tinham Os seus anciãos" (Gn 50.7; Nm 22.7); e de semelhante modo os gregos e os romanos. Na história do povo hebreu aparecem, eles pela primeira vez antes do Êxodo Ex 3.16 a 18; 429; 12.21); e depois são, a cada passo, mencionados como represen­tantes do comunidade, sendo eles um meio de que se servia o povo para comunicar-se com os dirigentes do nação - Moisés e Josué, os juizes e Samuel. Moisés, tendo so­bre Si o peso do administração do justiça, por conselho de Jetro, seu sogro, nomeou magistrados de vários graus de autoridade, delegan­do neles a resolução dos negócios, a' exceção dos mais graves (Ex 18.13-26): é evidente que estes fo­ram escolhidos dentre Os anciãos de Israel".



A SANTIDADE ANUNCIADA POR DEUS



De­veria fazer parte da vida de cada israelita; isto é, cada um viveria sua experiência de santificação (Lv 20.7). Isto certamente fortaleceria cada membro da congregação de Israel: E ser-me-eis santos, porque eu o Senhor , sou santo, e separei-vos dos Povos, para serdes meus" (Lv 20.26).



a) A santificação e o falar -"Não andaras como mexeriquei­ro entre os teus povos" (Lv 19.16). Muitos buscam uma oportunida­de de usar a língua. A nossa car­ne deseja usá-1a, porém a Bíblia diz: "Não consintas que a tua boca faça pecar a tua carne", (Ec 5.2,6). Também o diabo deseja inspirar a nossa língua, e "acende-la pelo fogo do inferno", (Tg 3.6). A Bíblia diz: "Não deis lugar ao diabo", (Ef 4.27). Deus quer usar a nossa língua, porque tem direi­to para isso, (Rm 5.17; 6.13). A Bíblia diz que a língua é como um leme, que faz virar as naus, para onde quer a vontade daquele que as governa, (Tg 3.4). Importa por­tanto que deixemos o leme, a nos­sa língua, na mão de Deus.

b) A santificação e a conduta "E, quando um homem se deitar com uma mulher que for serva desposada do homem, e não for resgatada, nem se lhe houver dado liberdade, então serão acoitados; não morrerão, pois não foi libertada" (Lv 19.20). 0 Criador criou o homem e a mu­lher com capacidade de procriarão. Para uni-los um ao outro, im­plantou neles o amor, para que se unissem pelos laços matrimoniais, Gn 2.22-24. As relações in­timas entre homem e mulher são, sem exceção, vinculadas ao ma­trimonio, (I Co 7.2,9). Qualquer união desta natureza que não seja pelo matrimonio é ilegal. "Não nos chamou Deus para a imundícia" (I Ts 4.7).Para a esposa crista, a Palavra de Deus recomenda o mais belo e ex­celente ornamento a ser usado, o que significa que deve ter mais cui­dado peto embelezamento da alma que do corpo. Os ornamentos materiais, com o uso, se estragam e perecem. Os ornamentos da graça, que embelezam a alma, quanto mais usados, tanto mais brilhan­tes e melhores se tornam. o melhor e mais belo ornamento para a esposa crista é: "Um espirito manso e tranqüilo que é o grande valor diante de Deus" (I Pd 3.4). Quando a personalidade do mu­lher é controlada por Cristo, sua vida é uma fonte. de benção e seu relacionamento com o marido se torna proveitoso, agradável e Ca­tivante! As mulheres crentes devem ser distintas e adornadas, não com uma ornamentação externa e, sim, com a beleza intima do caráter cristão um adorno espiritual, composto das riquezas da alma. Pedro desaconselha o exagero das mulheres quanto ao uso de adornos artificiais. Não proíbe o uso de rou­pas de boa qualidade, nem ensina o desleixo nas vestes, mas, sim, as ostentações exageradas que trans­mitem a impressão de mero exibicionismo e vaidade, além de, em alguns casos, servirem como meio de atração sexual. O mais belo ornamento da mulher crente é a espiritualidade exibida atra­vés de toda a sua conduta diante de Deus e dos homens e da Igreja de Cristo (I Pd 3.3-5; 1 Tm 2.9,10).

c) A santificação e os atos -"Não furtareis"... (Lv 19.11). "0 justo não estende as suas mãos á iniqüidade", mas está "fazendo com as suas mãos o que é bom" (Ef 4.28). 0 segredo é que ele to­cou com as suas mãos na palavra da vida, (I Jo 1.1), e através des­te contato com Deus, a virtude do Senhor chegou a ele, (Lc 8.46). Nesta virtude ele agora levanta mãos santas a Deus, (I Tm 2.8), que o ajuda com suas bênçãos.



A PALAVRA DE DEUS OPERA COMO UM ESPELHO



Veja (Tg 1.24,25), e mostra como realmente somos, diante da verdade divina que nela esta revelada (Am 7.7,8), ele sempre mostra o que é reto diante de Deus (At 13.10), e tem poder para endirei­tar nossos caminhos (Is 45.13). Para operar sua justiça a Palavra de Deus, como balança, pesa as nos­sas obras (I Sm 2.3), 0 nosso andar (Is 26.7) e o nosso espirito (Pv 16.2).



a) Deus é justo - "Não cometereis injustiça no juízo, nem na vara, nem no peso, peso, nem na medida" (Lv 19.35). Em sua justiça, Deus exigia a justiça de seus filhos. A justiça é a santidade de Deus manifestada no tratar retamente com as cri­aturas. "Não fará justiça o Juiz de toda a terra?" (Gn 18.25). 0 que Deus requer é a obediência a uma norma reta; é conduta reta em re1açao a outrem. 0 Senhor julga, não como o fazem Os juizes ímpios..; (Is 11.3).

b) Praticando a justiça - "Balanças justas, pedras justas, efa justa, e justo him tereis: (Lv 19.36). E com Jesus que vamos compreender o sentido exato de justiça no reino de Deus "Bem-aventurados os que tem fome e sede de justiça, porque eles serão fartos" (Mt 5.6). 0 reino de Deus é um reino de justiça (Rm 14.17), onde Os ser­vos de Deus são caracterizados pela prática dessa verdadeira virtude que nos assemelha a Deus (Dt 32.4).

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